Empresa por trás do Worldcoin levanta US$ 115 milhões
A empresa responsável pelo projeto Worldcoin, liderado por Sam Altman, anunciou ontem que conseguiu levantar US$ 115 milhões em capital de risco. No entanto, existem poucas explicações racionais para apoiar o projeto, seja por motivos éticos ou financeiros. O projeto gira em torno de The Orb, um dispositivo que escaneia as retinas dos usuários para confirmar sua identidade online, e o token Worldcoin, que se destina a ser distribuído como uma forma de “renda básica universal” (UBI).
No entanto, é difícil imaginar como o token terá valor para os destinatários a longo prazo, pois é uma moeda meme baseada em Ethereum sem nenhum modelo simbólico aparente. Além disso, a abordagem da Worldcoin para resolver o problema da identidade digital apresenta riscos à privacidade e complicações morais.
O projeto já está incentivando danos à privacidade e violações do Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR). Um mercado negro de dados biométricos de íris surgiu na China para usuários que desejam ingressar no aplicativo de carteira do Worldcoin e coletar recompensas. A dependência da Worldcoin em um exército de Orb Handlers também coloca em risco a promessa do projeto de resolver a identidade digital.
A rodada de arrecadação de US$ 115 milhões foi liderada pela Blockchain Capital, e o sócio geral Spencer Bogart explicou em um tópico no Twitter que o Worldcoin é “a solução mais atraente que vimos para o mercado de décadas [S]ybil problem”, sem mencionar as preocupações com privacidade e segurança.
Enquanto o discurso do Worldcoin é fácil de entender, a solução proposta apresenta riscos imensos e fundamentais para a privacidade das pessoas sem poder no mundo em desenvolvimento. Existem soluções de identidade descentralizadas e controladas pelo usuário sendo buscadas em todo o ecossistema criptográfico que levariam a resultados melhores a longo prazo.
Fonte: CoinDesk.