Criptomoedas podem ser uma proteção contra a inflação, mas a falta de dados históricos impede a comprovação dessa narrativa popular. A agência de classificação S&P Global observou que os criptoativos podem ser uma alternativa para proteger investidores dos efeitos da inflação, visto que alguns mercados emergentes que lidam com alta inflação têm adotado essa estratégia. No entanto, a correlação entre o retorno diário do índice cripto da agência e as expectativas de inflação dos EUA é de apenas 0,10, mostrando pouca associação entre as criptomoedas e a inflação. A correlação deve ser de pelo menos 0,75 para validar a narrativa de hedge de inflação.
Por outro lado, o ouro tem acompanhado consistentemente as expectativas de inflação desde 2013, com evidências de causalidade de Granger entre o índice Breakeven Inflation Expectation de 10 anos e o índice S&P GSCI Gold em um nível de confiança de 95%. O teste de Causalidade de Granger é um teste de hipótese estatística para determinar se a série temporal X é útil na previsão de Y. O mesmo teste falhou para o Bitcoin.
As criptomoedas parecem sensíveis ao custo dos empréstimos na economia e tendem a se mover na direção oposta do rendimento do Tesouro de dois anos dos EUA, que é mais suscetível às expectativas de taxas de juros do que os rendimentos dos títulos de longa duração.
Embora alguns argumentem que os criptoativos podem ser uma proteção contra a inflação, é importante destacar que a correlação histórica entre as criptomoedas e a inflação é fraca e há poucos dados para comprovar essa tese. É preciso estar atento aos riscos envolvidos em investir em criptomoedas e sempre buscar orientação profissional antes de tomar qualquer decisão.