“O sombrio jogo que revela a maldição da beleza excessiva”

Ser bonita pode ser um problema

Rock Bailey é um bonitão, cobiçado por todas as mulheres a sua volta. No entanto, em um clube de jazz ele é sequestrado e acorda em um hospital, diante de uma jovem nua. É a partir desse ponto que começa a nova produção da ARTE Interactive, “Para o Inferno com os Feios”, que estreou nesta quinta-feira (20) como um jogo de aventura com “ela em potencial” que se torna uma vítima de sua beleza. Essa é uma adaptação do romance homônimo de Boris Vian também conhecido como “Vamos matar todos os Feios“.

A aventura de apontar e clicar mistura investigação, assassinato e humor mordaz consagrados pelos romances policiais. Já a direção de arte habilidosa dá um toque original ao texto.

O autor do livro, Boris Vian, cria personagens caricaturais para criticar o lado superficial dos seres humanos. A equipe da La Poule Noire transformou o estilo em semirrealista, o que conseguiu realçar os traços de caráter dos personagens. O trabalho de referência dos objetos, roupas e arquiteturas dos anos 50 na cidade de Los Angeles deu ao jogo uma visão fantasiosa e imersiva da sociedade americana.

Antecipação polar e escovação suave

O jogo de aventura apesar de contar com duas ações possíveis para o combate corpo a corpo, mistura interações básicas de apontar e clicar e batalhas por turnos extremamente básicas. No entanto, é a história que prende o jogador por cerca de cinco horas, pois ela é agradável e se concentra em uma paródia dos romances policiais.

A escrita também é bastante relevante. Consegue dar corpo suficiente aos personagens e até ser engraçada em alguns momentos. Mesmo que o final seja um pouco abrupto, ele alimenta a vontade avassaladora de devorar o romance de Boris Vian.

A música de jazz é eficaz e a direção de arte habilidosa dá um soco para imergir na Los Angeles dos anos 50, com tons avermelhados para efeitos mais bonitos. A Aventura Para o Inferno com os Feios já é um sucesso entre os fãs de jogos de aventura.

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